sexta-feira, 29 de julho de 2011

A formiguinha

Depois de um bom tempo ausente, volto a escrever. Vou postar hoje uma crônica que fiz há alguns dias atrás, se trata da história de uma formiguinha. Não sei bem ao certo porque escolhi a formiguinha para exteriorizar o meu sentimento do momento, pra falar a verdade, nem sei explicar direito também o que me motivou a narrar esta história. Eu só sei que se trata da exemplificação de um caso particular e que por muitas vezes transita pelos trilhos da vida e acaba se passando quase que imperceptível pelas estações até que se desfaz e desaparece e ai já não se pode fazer mais nada. Eu acho que a história ficou incompleta, mas capaz de transmitir a mensagem objetivada. Confiram:


"      Era uma vez certa formiguinha que nunca se conformara com idéia de que sempre teria, até o seu ultimo suspiro de sua vida curta, seguir a idéia de coletividade em que todos deveriam acompanhar o exemplo dos integrantes daquela grande massa que seguia pelo mesmo caminho até chegar ao topo daquela quase morta pobre árvore desfolhada. Seu grande grupo andava através da estreita trilha que fora formada há alguns dias atrás por um novo caminho alternativo, motivada pela grande chuva que destruira parte do grupo. O que intrigava aquela formiguinha não era só a idéia de fazer o mesmo que todos, mas também o por que que sempre eles atacavam diariamente a mesma árvore, a mesma árvore que durante muito tempo vinha sendo explorada por suas gerações antepassadas , estava sendo devorada no presente e talvez continuaria sendo desfolhada nas próximas gerações até que se chegasse o dia em que a formosa e exuberante árvore não agüentasse mais e desfalecesse sufocada , sem a capacidade de conseguir respirar, devido a ausência de suas folhas. A formiguinha não entendia porque os mais antigo da colônia não conseguiam enxergar como ela enxergava. Enxergar que ao redor daquela árvore existia tantas outras árvores, tantos outros arbustos, tantas outras fontes de captação de energia e que se esforçassem mais um pouco chegariam nelas e deixariam de ser totalmente dependentes daquela pobre árvore. Ninguém ouvia a incessante voz da formiguinha, todos a chamavam de disturbiada, de louca, de desobediente e contrária às ordens da suprema Rainha que ordenava que todos atacassem aquela árvore e cortassem o máximo de folhas que pudessem por dia e trouxessem para os depósitos da colônia como forma de subsistência de todos.
    Ao perceber que a forminha estava tentando convencer as demais formigas da colônia, suprema Rainha ordenou que os guardas da Corte a capturassem trouxessem até sua presença para ter ciência das idéias desordenadoras dela. Quando  levaram-na para a presença da suprema Rainha ela confirmou todos os seus pensamentos e aconselhou que a corte deveria dar a liberdade para todas as formiguinhas e elas deveriam fazer apenas o que gostavam de fazer e que todas buscassem diariamente em outras fontes seus alimentos e coletassem de vários lugares a subsistência da colônia. A suprema Rainha ficou muito furiosa com as idéias da formiguinha e como punição ordenou que arrancassem suas antenas e a levassem para bem longe da colônia para que ficasse perdida e nunca mais voltasse. A formiguinha não agüentou e depois de alguns dias perdida e desorientada acabou morrendo de fome. Passou-se o tempo e em um belo dia um lenhador chegou e derrubou a bela árvore para transformá-la em uma casa para sua família e todas as formigas da colônia ficaram surpresas e não sabiam de onde iriam tirar seus sustentos e perdidas e desorientadas acabaram todas morrendo de fome!"